Nós somos máquinas de interpretar

A mente humana é uma maquina de interpretar extremamente complexa que pouquíssimas pessoas entendem. Sem nem mesmo tentar, a maioria acha que sabe o que as coisas significam... pelo menos na maioria do tempo!

Quando alguém nos trata com alguma falta de consideração, nossa mente interpreta isso e faz o seu melhor para dar algum significado ao evento. Isso é um processo totalmente automático que a maioria de nós sequer percebe.

Se você pensar sobre isso, nós geralmente nem tentamos interpretar conscientemente nossas experiências diárias, nossa mente o faz automaticamente e sem nenhum esforço de nossa parte.

Os significados que damos afetam a forma como nos sentimos e exercem um tremendo papel em determinar como nós interagimos com os outros e respondemos as situações e circunstâncias diárias. As interpretações que fazemos em relação a estes eventos repercutem profundamente na quantidade de experiências estressantes que experimentamos durante o dia.

Por exemplo, imagine que alguém fecha você no trânsito. Vamos assumir que sua interpretação automática disso seja "Que idiota!"

A interpretação provavelmente o faria se sentir algo entre frustração e um completo estado de raiva. Mas perceba que você provavelmente sequer refletiu sobre sua interpretação "Que idiota".

A forma como comumente nos parece é que nossa avaliação sobre o 'outro motorista' é óbvia, e qualquer um em sã consciência agiria da mesma forma se estivessem na mesma situação. Entretanto, acredite ou não, nossa interpretação é inteiramente subjetiva e não é a única possível.

O importante aqui é entender que a forma como interpretamos nossas experiências determinam como nos sentimos e também a forma como interagimos com o mundo externo.

A boa notícia é que não estamos presos às interpretações que nossa mente faz automaticamente. Na verdade, é possível a nós darmos novos significados ao considerar os eventos que ocorrem em nossas vidas adotando uma perspectiva alternativa, à parte do senso comum.

Da mesma forma que não nos casamos com alguém que conhecemos a apenas alguns segundos, também não deveríamos aceitar a primeira interpretação que surge em nossa mente.

No exemplo acima, as possíveis interpretações em relação a alguém nos fechando no trânsito são virtualmente ilimitadas! Que tal essa: A pessoa teve um problema mecânico inesperado e agora tem que correr por estar atrasada para um compromisso super importante.

Caso o motorista fosse uma mulher, talvez ela estivesse em trabalho de parto e precisasse chegar ao hospital o mais depressa possivel. E se o motorista fosse um homem, talvez tenham telefonado no trabalho dele e informado que sua esposa estava em trabalho de parto? Talvez os freios tivessem falhado? Talvez o motorista estivesse com algum problema cardiaco?

Nenhuma dessas interpretações é melhor ou pior do que qualquer outra. Mas qual delas nos possibilita continuar nosso caminho menos aborrecidos? Provavelmente não nossa primeira reação, certo?

É importante que nos tornemos experts em como pensamos e desenvolvamos o sábio hábito de desafiarmos a nós mesmos.

Seguir adiante, nunca nos conformarmos com a primeira interpretação que brota em nossa cabeça. Em vez disso, pratique uma conversa interna mais útil, dizendo a si mesmo: "Certo, pode ser que isso signifique aquilo... e o que mais isso pode significar? De que outra forma eu posso interpretar essa situação?"

Se você ficar bom em fazer esse tipo de conversa interna, você notará que também se sentirá melhor, em paz consigo mesmo e mais atento ao que acontece ao seu redor afim de tratar as pessoas com mais empatia e lidando com as situações de maneira mais sábia, sendo menos influenciado por emoções aleatórias e erradicas.

Para você refletir:

1) Houve recentemente algum evento na sua vida onde você possa, talvez, ter concluído precipitadamente e se viu errado por ter tirado uma conclusão precipitada?

2) Como poderia ter sido o resultado deste evento caso você tivesse refletido melhor e parado de acreditar na primeira conclusão que veio a sua mente?

3) O quanto você se sente bem ao lado de pessoas que julgam você (ou outras pessoas) tão rápido?

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